Há uma discussão que deve ser submetida a uma análise mais ou menos aprofundada. Quero dizer se a questão dos jogos da Bethesda devem ou não ser exclusivos dentro do atual modelo de negócio de videojogos e, além disso, se a Microsoft planeia torná-los multiplataforma ou se decidirá torná-los exclusivos. É claro que em ambos os casos, há apenas especulação. Mas a especulação que farei a seguir tentarei que seja feita de acordo com argumentos válidos. É por isso que apresento 3 razões pelas quais os jogos Bethesda serão exclusivos para Xbox.

Este artigo origina-se da discussão aberta pela Forbes sobre o assunto. De acordo com o autor deste artigo, Paul Tassi, há razões para acreditar que a Microsoft poderia fazer os futuros jogos multiplataforma. Mas se pensarmos na forma como o mercado de videojogos foi tratado nesta geração, além do surgimento do novo modelo de jogos por subscrição e streaming, talvez seja mais claro entender porque a Microsoft vai explorar outra coisa com a Bethesda, que é a exclusividade. Aqui está minha perspectiva sobre este problema.

Acrescentar valor à marca

Uma das razões para supor que a Microsoft deixaria que os jogos da Bethesda como multiplataformas tem a ver com rentabilidade do negócio. Sem dúvida, a Bethesda é uma daquelas editoras que vende milhões de cópias dos seus jogos em todas as consolas. Vemos, por exemplo, The Elder Scrolls V: Skyrim que está em todas as consolas desta geração, como também eram no passado. Existe até uma versão do Switch que funciona muito bem, nem é preciso dizer.

Deste ponto de vista, limitar os jogos Bethesda ao ecossistema Xbox parece limitar as possíveis vendas destes jogos, que estão presentes no imaginário popular como multiplataforma. O Minecraft é o exemplo usado neste caso, porque depois da Microsoft comprou a Mojang, não se tornou exclusivo. Além do mais, Minecraft Dungeons também não é exclusivo; em vez disso, foi vendido em todas as plataformas como o jogo original. Por que seria diferente com os jogos da Bethesda?

Sem dúvida, o exemplo do Minecraft e do Minecraft Dungeons é uma boa base para pensar sobre a possibilidade de que os futuros jogos da Bethesda sejam multiplataforma. Porém, a Microsoft pensou fora da caixa a não apenas usou a aquisição da Mojang para videojogos mas também como ferramenta no universo educacional, sendo usado por escolas por todo o mundo. Também o target do Minecraft é bem diferente do target da Bethesda. Para além disso, o modelo de negócios que a Microsoft está a adotar assume uma perspectiva ligeiramente diferente, se pensares bem.

A ideia do Game Pass é uma excelente proposta aos que nunca tiveram no Universo Xbox. 9.99 euros por um catálogo de jogos e com acesso aos jogos First Party sem custos adicionais, enquanto que na concorrência tens 2 opções: 79.99€ pelo jogo na altura de lançamento ou esperar que o preço baixe. Na Xbox GamePass a acrescentar todo o catálogo da Zenimax, que tem IP altamente reconheciveis, a esse serviço é altamente tentador. Trata-se de acrescentar valor à marca Xbox, e não me refiro apenas às consolas mas a todo o seu ecossistema (consolas, PC e Streaming).  Xbox era sinónimo de Halo, Gears, Forza e pouco mais (embora existam jogos mais e muito importantes). Mas agora a Microsoft adiciona suas próprias séries, como Starfield, Elder Scrolls, Fallout, Doom, Wolfenstein, Prey, Dishonored e muitos mais ao seu catálogo.

Declarações de Phil Spencer

Outro bom argumento para pensar na abertura da Bethesda para manter os seus futuros lançamentos nas  consolas fora da Xbox, são as declarações do próprio Phil Spencer sobre a exclusividade dos videojogos. Como ele mesmo já disse, exclusividades não são algo do seu agrado. Entre outras coisas, porque reforça a ideia da guerra de consolas Microsoft contra Sony. O seu desejo parece sempre ser expandir os jogos em várias plataformas.

A plataforma vale pelas suas exclusividades, pois oferece ao jogador experiências únicas. O poder de uma consola é importante, mas apenas se tiveres jogos que tirem proveito dele. E o Xbox tinha a consola mais poderosa (Xbox One X), mas não o catálogo mais forte.

O Xbox Series X parece seguir a mesma linha. A melhor plataforma para jogar exige, de acordo com as regras criadas pela própria indústria, os melhores jogos exclusivos como experiências únicas. Somente na Xbox essas experiências exclusivas são muito mais extensas do que na competição. Bem, a Xbox é um ecossistema feito de PC, consolas e streaming. Na verdade, se olhares atentamente para a declaração de Phil Spencer, ele não refere sobre sair deste ecossistema. Na verdade, ele deixa claro que o seu compromisso como chefe do Xbox é tornar o ecossistema do Xbox o melhor lugar para jogar, onde a Xbox já não são apenas consolas, é todo um ecossistema. E isso não se aplica apenas à Bethesda mas a todos os estúdios.

O conteúdo de hoje em preparação para o amanhã 

Já disse isso no número um deste artigo, mas aqui vamos acrescentar algo mais. Bethesda não é apenas uma compra para a consola Xbox. Sim, é tudo o que esta consola precisa. E serve para dar aquele impulso inicial de que a Série X e a Série S do Xbox precisam para atingir a nova geração com força suficiente. Mas o espectro vai muito além disso. Depois da Amazon anunciar o seu novo serviço de jogos em nuvem, Luna, ficou mais claro do que nunca, que a Microsoft não só concorre apenas com a Sony, mas também com o Stadia e o Luna. Embora contra estes dois o faça com uma visão do futuro, para quando o Cloud Gaming se tornar a norma.

A exclusividade da Bethesda faz sentido não apenas porque oferece os seus jogos atuais dentro do catálogo, mas também seus futuros jogos exclusivamente no seu ecossistema. Até porque compete com aquele modelo de negócio que Luna propõe, que é oferecer conteúdo exclusivo mediante subscrição. Agora que a Microsoft possui a Bethesda, sabemos que não haverá um jogo Bethesda seja Luna ou em qualquer outra plataforma de cloud gaming. 

A exclusividade que a Microsoft está a ganhar aqui, está tanto no presente para tornar sua plataforma mais competitiva dentro das regras do jogo, quanto no futuro para seu serviço de streaming em comparação com os seus concorrentes. A Microsoft adoptou uma postura bastante agressiva para mostrar os seus recursos no mundo dos videojogos, seja em consolas, PC e jogos na nuvem. Em relação ao cloud, a Microsoft quer ter a vantagem, que de fato já a tem porque seu serviço é o mais desenvolvido de todos, tanto em cobertura quanto em conteúdo. Mas ele quer mantê-lo e acrescentá-lo para serem líderes.

 

O mundo da Xbox

empty alt

5 jogos single player para jogares este Fim de Semana

empty alt

Os 10 melhores jogos disponíveis no Xbox Game Pass Core

empty alt

Crash Bandicoot e Spyro podem tornar-se Exclusivos Xbox?

empty alt

Os frutos do investimento da Xbox no mercado Japonês

empty alt

Análise - Hi-fi Rush

empty alt

Análise - Legrand Legacy

empty alt

Análise - Persona 3 Portable

Back To Top